O Brasil vive neste momento um período nebuloso quando observamos seu cenário político/econômico atual. Sem considerar-se preferências partidárias ou ideológicas, o que de fato se viu nos últimos anos, foi o envolvimento de grandes empresas em escândalos e todo um arcabouço inteligente de corrupção. Tudo isso, fez a população se deparar com o que diziam já saber que era assim há tempos, tangibilizado em sua mais asquerosa forma de como funciona o “poder” neste País.
Até então o Presidente Temer passava uma boa imagem do governo, buscando reformas urgentes Trabalhistas e Previdenciárias, tão necessárias ao País e que traziam boas notícias de novos investimentos por aqui. Se “crescimento = confiança”, o mercado esperava ansioso por estas importantes decisões políticas e já apontava bons sinais de recuperação.
Porém, a população agora se vê, frente a frente, diante de complicadas dúvidas morais: Temer é culpado ou não? Será que a considerada melhor equipe econômica da história do Brasil permanecerá na condução deste tema? Estamos indo para frente ou regredindo? Só a história será capaz de nos dar estas respostas e olhar o passado nos faz entender o que o Brasil precisa para melhorar.
Há um ponto positivo observando o passado histórico do país, dos últimos 100 anos, pois ele sempre cresce após graves crises econômicas.
Em resumo, instabilidade na década de 30 por causa da crise de 29: primeira vez que a média do PIB de três anos fica negativa. Ocorre transição política para o Estado Novo, de Getúlio Vargas, mudando completamente o modelo da época. No anos 40 a queda ocorre em razão da 2ª Guerra Mundial e não existiu transição brusca de governo no Brasil. Na década de 60, o crescimento econômico despenca novamente e sofremos golpe militar. Economia cai mais uma vez, no início dos anos 90 e acontece o impeachment de Collor. Por fim, com a maior queda histórica em seus últimos 115 anos, Dilma perde o mandato, após processo de impeachment.
Contudo, vale observar que todas as vezes que o país sofreu quedas bruscas do PIB, com longas e amargas recessões, na sequência teve, pelo menos três anos, com PIB crescendo em média 5% ao ano.
Por estas razões creio que o Brasil ainda amargará um período de recessão, mas certamente se recuperará, pelas razões históricas expostas.
Fazendo um exercício “futurístico” de possíveis cenários políticos em curto prazo: fica Temer; renuncia Temer; TSE cassa chama Dilma-Temer ou Impeachment traduzem em um certo tempo de investigação e decisões do STF, que ficará focado nestes assuntos. Pode-se ter algum delay com a formação de uma possível nova equipe econômica; também há a possibilidade de novas eleições diretas; etc. O certo é que a economia ficará estagnada por um bom tempo, esperando para ver que rumos o Brasil terá. Há rumores de crescimento zero em 2017.
Porém, existem algumas oportunidades. Crises generalizadas geram corte de custos e demissões em massa, o que implica em concorrência de mercado com menor oferta de valor e clientes com mais necessidades para serem atendidas, mas não as encontrando de forma satisfatória, pela precariedade de quem segue no mercado. Aqui abre-se a oportunidade para o “Oceano Azul”, onde quem presta um melhor serviço tem mais facilidade de penetração de mercado, “apesar dos pesares”. Em sendo assim sugere-se a competição por valor e não por menor preço.
O Brasil está em liquidação, com ativos muito baratos. Ótima chance para investidores com reservas encontrarem bons negócios por aqui. O País teve safra agrícola recorde no 1º Trimestre e sente a recuperação rural de forma positiva. A inércia da economia brasileira é alta. Logo, ainda que o cenário político/econômico momentâneo não seja bom, o plantio e início da recuperação depois de alguns anos em recessão, ainda será sentido por um bom tempo.
Entretanto, o Brasil recebeu muito investimento nos últimos anos e agora tem capacidade industrial ociosa, que poderá ser brevemente retomada com o crescimento histórico previsto e relatado há pouco, tão logo todos os cenários expostos acima se estabilizem de certa forma.
Precisamos de um projeto de País e não de Governo! Que chegue logo a era do Brasil de agora e não do futuro…
Priscila Spadinger
Andrade Silva Advogados
www.andradesilva.com.br
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